quarta-feira, 18 de agosto de 2010

BC estuda regulamentação das tarifas de cartões de crédito

Os abusos cometidos pelas operadoras de cartões de crédito encabeçam as listas de reclamações dos consumidores de Fortaleza com 1.062.

Com a segunda posição entre as reclamações dos consumidores de Fortaleza, os abusos cometidos pelas operadoras de cartão de crédito foram responsáveis por 1.062 reclamações este ano. Segundo dados da Secretaria de Defesa do Consumidor/Procon Fortaleza, no mês de julho foram 228 reivindicações. Até 15 de agosto, foram 81 reclamações.
Para fiscalizar as tarifas dos cartões de crédito, o Banco Central (BC) estuda regulamentar as taxas cobradas ao consumidor a exemplo do que ocorre com as tarifas bancárias. Segundo a assessoria de imprensa do BC, uma proposta para o modelo de regulamentação ainda está sendo estudada e deverá ficar pronto até a reunião do Conselho Monetário Nacional na última semana de setembro.
Depois da possibilidade de uma mesma máquina processar cartões de crédito de todas as bandeiras, os lojistas e consumidores que utilizam o "dinheiro de plástico" poderão receber mais este benefício. A expectativa é de que as cerca de 50 tarifas cobradas pelas empresas de cartões de crédito sejam reduzidas para uma média de 20 a 30. Além disso, todas as taxas deverão ter nomes padronizados para facilitar que o consumidor possa comparar os valores pagos.
Segundo a assessoria de comunicação da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), as regras da regulamentação ainda estão sendo discutidas entre as partes.
Os benefícios da regulamentação do BC vão ser sentidos tanto pelos lojistas quanto pelos consumidores, segundo o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Fortaleza, Freitas Cordeiro. "Você dificilmente encontra um estabelecimento que não possua ao menos uma alternativa de cartão de crédito. Com a padronização, o órgão regulador vai poder controlar e esse vai ser um benefício direto ao consumidor", disse.
Segundo ele, qualquer redução de custos que o lojista tenha pode ser repassada diretamente para o consumidor. "Qualquer benefício o lojista agrega diretamente na composição dos custos. O cliente quer um bom produto e um bom serviço por um preço menor", explicou.
A auxiliar administrativa Jaqueline Santos, 28 anos, em geral "compra, mas não acompanha" as tarifas que paga em seu cartão de crédito. Com isso, já teve sérios problemas. Uma das bandeiras de cartão que utiliza cobrou a mesma tarifa duas vezes. "Foi complicado, tive que mandar e-mail para a central deles, mas acabou dando certo", destacou.
A vendedora Fabiana Santos lembrou que a regulamentação vai se somar à possibilidade de possuir apenas uma máquina de cartão de crédito dentro da loja. "Antes nós só operávamos com uma bandeira e agora com a mesma máquina temos duas", disse.

Mais

Desde o mês de julho, as máquinas de cartão de crédito passaram a processar cartões de todas as bandeiras. A medida é para possibilitar que os lojistas possam optar por uma única máquina para atender todos os clientes. A mudança era uma reivindicação dos comerciantes, que pagam aluguel das máquinas.
Segundo o presidente da CDL Fortaleza, a medida deve possibilitar que os lojistas possam negociar com as operadoras as melhores tarifas. "As operadoras já estão sinalizando vários benefícios para o lojista poder optar por uma das marcas e as possibilidades de negociação não se esgotaram".
Segundo a vendedora Fabiana Santos, ainda é vantajoso manter várias maquininhas. "Se der problema em uma, você não fica sem passar os cartões de crédito. Além disso, tem os dias com mais movimento, como o natal".

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